Moacir Barbosa nasceu no dia 27 de março de 1921, em Campinas. Ganhou 14 títulos na carreira. Pela Seleção Brasileira e pelo Vasco. Pelo clube de São Januário, foi campeão Sul-Americano, em 1948. Ganhou seis Campeonatos Cariocas e um Rio-São Paulo. Pela Seleção, ganhou Copa Roca, Copa Rio Branco, Copa América. Depois de atuar 11 anos pelo Vasco, ainda esteve no Santa Cruz, Bonsucesso e Campo Grande.
Foi um dos maiores goleiros de sua geração, junto com Castilho e, depois, sucedido por Gilmar. Aos 79 anos, Barbosa morreu praticamente sozinho. Pobre e amargurado. Ficou marcado por uma suposta falha no gol de Gigghia, na final da Copa de 1950. Passou a ser perseguido. Desprezado. Insultado por meia dúzia de imbecis. Aquela geração, de Barbosa, Zinho, Jair, Chico, Maneca e Ademir, ficou com o carimbo de perdedora.
Tudo por causa de um tropeço. Fatal, cruel e injusto.
E Barbosa, por ser negro, goleiro e humilde, se transformou no seu maior símbolo. Certa vez, os administradores do Maracanã resolveram trocar as traves de madeira por outras mais modernas, de ferro. Barbosa ficou com as velhas e, talvez numa forma de apagar de vez os restos do amargo passado, queimou-as num churrasco com amigos e ex-companheiros de Seleção Brasileira.
Não adiantou. Barbosa jamais se livrou daquela dor, daquele fantasma inescrupuloso... E, em 1993, poucos anos antes de morrer, disse uma das frases mais emblemáticas e verdadeiras sobre a hipocrisia no futebol brasileiro e na sociedade em geral. “No Brasil, a pena maior por um crime é de 30 anos. Há 43 pago por um crime que não cometi.”
Nada mais verdadeiro. Meus respeitos, homenagens e aplausos a Moacir Barbosa. O goleiro nota 1000.
Texto do jornalista esportivo Lédio Carmona, publicado no blog Jogo Aberto, no dia 27/03/2007.
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